
As empresas Falkland Tecnologia em Telecomunicações S/A e Ipcorp Serviços Empresariais S/A, acusadas pelo TRE-RJ de praticarem ataques via telemarketing aos candidatos a governador Lindbergh Farias (PT) e Marcelo Crivella (PRB), já foram protagonistas de um escândalo investigado pela Justiça Eleitoral. As duas empresas são acusadas pelo TRE de terem feito milhares de ligações para eleitores de Itaboraí antes das eleições para prefeito de 2012.
Na ocasião, o então candidato Helil Cardozo (PMDB), que venceu a eleição, foi acusado de ser o mandante dos ataques ao outros dois candidatos que concorriam no pleito: Altineu Cortes (PR) e Sergio Soares (PP). O TRE-RJ comprovou que pelo menos 18 mil ligações foram feitas no próprio dia das eleições. Ao final das investigações, a Justiça Eleitoral determinou a cassação do mandato de Helil Cardozo.
O prefeito eleito, então, recorreu da decisão e, hoje, ocupa o cargo graças a um efeito suspensivo concedido em instância superior. Procurada, a assessoria de imprensa do prefeito alegou que “nunca ficou comprovada qualquer ligação ou contato entre a empresa Falkland e Helil Cardozo”.
Na última sexta-feira, uma decisão liminar do TRE determinou a suspensão aos ataques aos candidatos a governador. Segundo a decisão, as empresas, registradas nos nomes de Alexandre Dias de Souza e Jorge Venício Souza Azevedo, devem suspender os ataques. Caso haja descumprimento, a multa diária será de R$ 100 mil.
Empresa tem central em Botafogo
No último domingo, o TRE-RJ notificou a ALOG - Soluções de Tecnologia em Informática S. A., com sede na Rua Voluntários da Pátria em Botafogo, para que a empresa também suspenda os ataques aos candidatos a Crivella e Lindbergh. Segundo a decisão do desembargador eleitoral Alexandre Chini , a empresa também participaria do esquema de telemarketing e seria a “responsável pela prática das condutas, sendo inclusive a mantenedora do equipamento utilizado para a prática do ilícito”. Se a decisão não for cumprida, a empresa pode ser lacrada pela Justiça Eleitoral.
A ALOG, a Falklan, a Ipcorp, a Talk Telekom e a FFFX — empresas citadas na ação — e seus sócios devem apresentar ao TRE os nomes de quem contratou a pesquisa e os valores pagos. Segundo o pedido de liminar feito pelos advogados dos candidatos, “as empresas operacionalizam milhares de ligação, geralmente pelo sistema VOIP (internet), o que dificulta a sua localização presencial, visto que a maioria de seus equipamentos está alocada fora do território nacional. Mas atuam de maneira conjunta e coordenada, dentro de um sistema imbricado e confuso, para dificultar o rastreamento de suas ações”.
— Essa é a campanha mais suja da história do Rio. Queremos saber quem são os responsáveis — disse Lindbergh, em campanha no Centro.


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