Como manda a tradição, dia 29 é dia de comer nhoque para atrair dinheiro. Com uma nota embaixo do prato, e cumprindo a superstição de comer os sete primeiros pedaços em pé antes de saborear todo o resto, o problema de seguir o ritual é sucumbir a uma alimentação calórica e pouco saudável. Para cuidar do corpo junto com a aposta na sorte, nutricionistas recomendam opções de nhoques light que substituem os ingredientes da receita tradicional e dão uma ajudinha para quem quer se manter na dieta equilibrada.
O nhoque mais comum nos restaurantes e nos pratos feitos em casa leva batata, farinha e ovo. Para chegar no ponto ideal da massa e manter as bolinhas em seu formato original, as cozinheiras normalmente capricham na porção de farinha e aumentam a quantidade de calorias do prato. Algumas estratégias podem ajudar a reduzir e até eliminar o uso do ingrediente que, por conter glúten, precisa ser evitado pelos celíacos (alérgicos ao glúten) e reduzido por quem está querendo emagrecer.
— Uma das formas de tirar a farinha do prato é fazer a massa só com aipim, que tem uma textura mais consistente, e levá-la ao forno até que fique bom para comer — diz a nutricionista Thina Izidoro, especializada em alimentação vegana e responsável pelo restaurante VeganVegan.
Nesta receita, a especialista cozinha o aipim, processa, faz as bolinhas e bota no forno. Nos cursos que leciona, Thina ensina que o excesso de alimentos de origem animal, além daqueles ricos em carboidratos, gorduras e açúcares deixa o pH do sangue mais ácido. Esta transformação reduz a imunidade e a defesa do corpo, que fica mais vulnerável a doenças. Para quem deseja preservar a saúde através da alimentação, a recomendação é manter cada prato com pelo menos 70% dos produtos que fazem o sangue mais alcalino: verduras, legumes, frutas in natura e grãos integrais.
A nutricionista clínica Rosane França diz que é importante deixar o alimento gelar depois de cozinhá-lo e antes de adicionar o ovo e a farinha para fazer as bolinhas.
— O vapor que sai do alimento é água e quanto mais sequinho ele estiver, mais fácil será para manter a consistência sem precisar usar tanta farinha — explica.
Ela defende que variar a base da massa é uma forma de deixá-la mais nutritiva e leve. Ela recomenda substituir a batata comum por tubérculos de composição mais complexa como a batata doce ou a batata baroa, ou mesmo pela abóbora, seja ela a comum ou a japonesa. Fazer uma mistura de farinha de trigo comum e farinha de trigo integral para usar na mistura também ajuda a tornar a digestão dos carboidratos mais trabalhosa para o organismo. Estas estratégias fazem com que a glicose contida nos alimentos seja liberada lentamente no organismo, evitando picos de insulina.
Cuidado também com o molho
Não adianta deixar a massa do nhoque mais leve e deixar o molho original, cheio de gorduras, creme de leite e alimentos pouco saudáveis. Para quem quer reduzir calorias, Rosane França reforça que o molho feito apenas de tomate é uma alternativa, principalmente se for incrementado em sabor e nutrientes por ervas saborosas como manjericão e orégano. Para quem está preocupado com a saúde e a imunidade neste inverno, Thina Izidoro sugere evitar a acidez do tomate e fazer um caldo bem refogado e temperado com legumes raladinhos. Usar beterraba, abobrinha e cenoura deixarão o nhoque light bastante colorido e nutritivo.
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