Em crise e em busca de técnico, Vasco enfrenta o ABC, pela Copa do Brasil



RIO - Tudo que o Vasco precisa neste momento é justamente o que o clube não pode oferecer: tranquilidade. Na iminência de completar dois meses de salários atrasados no próximo dia 5, de acordo com as leis trabalhistas, e no dia 20, segundo as contas da diretoria, o time é constantemente pressionado por integrantes de torcidas organizadas em São Januário, como aconteceu novamente hoje. Para piorar, no meio do caos pós-vexame para o Avaí (derrota por 5 a 0, em casa, sábado), a equipe enfrenta, nesta terça, às 19h30m, o ABC, em Natal, com técnico interino e obrigado a vencer ou empatar por mais de dois gols para não ser eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil.


A cena foi uma reprise que nunca termina em São Januário. Por São Januário ter vários acessos, era de se esperar que, ao menos, os dezenas de integrantes de organizadas entrassem por um local mais discreto. Mas foi pela portaria social que eles chegaram à beira do campo, onde cobraram melhores resultados em conversas com o preparador de goleiros Carlos Germano e com o atacante Thalles. O presidente Roberto Dinamite e o goleiro Martín Silva não quiseram recebê-los, e o time se negou a abrir o vestiário para as organizadas. Jornalistas que fizeram imagens do grupo foram hostilizados e ameaçados.

A segurança do clube nada pôde fazer para impedir o trânsito livre do grupo, porque os integrantes alegam que são sócios do Vasco. A pressão pública como forma de intimidação é apenas uma das facetas de comportamento dessas facções, que nos bastidores têm ameaçado integrantes da diretoria constantemente. Há de se levar em conta o momento político turbulento do clube, no qual os interesses desse ou daquele grupo de apoio aos candidatos concorrentes ao cargo de presidente ajudam a pôr mais lenha no caldeirão em que se transformou São Januário. No sábado, durante a goleada, uma parte da estrutura de vidro de um dos setores do estádio foi quebrada.

— Torcedor pode fazer o que quiser, mas lá fora. Quando vamos para o campo, nos entregamos ao máximo. Não é brincadeira, estamos trabalhando sério aqui, não estamos a passeio no Rio de Janeiro. Ainda estamos vivos nas duas competições. Cada jogador sabe se pode dar mais ou não. Mas não sou favorável a receber torcedor no vestiário, que é dos jogadores. Conversar na rua, pode. Não vejo problema — disse o volante Guiñazu.

Em meio a toda essa confusão, os jogadores e os funcionários do clube caminham para o segundo mês de atraso nos salários. No próximo dia 20, a diretoria terá de depositar o pagamento de agosto. E o de julho, que deveria ter sido pago em 20 de agosto, ainda não foi depositado. O clube admite o problema financeiro, e os dirigentes afirmaram que trabalham dentro do limite de tolerância e da realidade do futebol brasileiro.

No último treino antes da partida decisiva com o ABC, o auxiliar técnico Jorge Luiz reuniu o grupo no meio-campo de São Januário para uma conversa. A comissão técnica entende que, mais do que trabalhos técnicos e táticos, este é o momento de tentar passar tranquilidade para o elenco, após a goleada de 5 a 0 para o Avaí, o estopim de toda essa crise, que atingiu o ápice com a saída do treinador Adílson Batista. Os jogadores assimilaram a proposta e se divertiram em animada “roda de bobo”. Sem tempo para trabalhar, Jorge Luiz vai tentar, ao menos, levantar o ânimo dos jogadores após o vexame em casa.

— Não é normal perder em casa de 5 a 0. Ainda mais no Vasco. Mas não deu nada certo. Tínhamos um pênalti a nosso favor... São momentos do jogo, mas é claro que não é normal. E futebol não é justo. Sabemos onde estamos. O Vasco é imenso, e vamos melhorar — afirmou Guiñazu.

Sobre a contratação do novo treinador, o favorito é Enderson Moreira, ex-Goiás e Grêmio. O contato já foi feito, e ele não teria dificuldades para se enquadrar na política econômica do clube, cujo orçamento prevê até R$ 150 mil de salário.

— Não é fácil (trocar de técnico), mas temos que nos adaptar — disse Guiñazu.

ABC-RN: Gilvan, Patrick, Sueliton, Marlon e Luciano Amaral; Fábio Bahia, Daniel Amora, Xuxa e Júnior Timbó; João Paulo e Dênis Marques.

Vasco: Diogo Silva, Diego Renan, Rodrigo, Douglas Silva e Marlon; Aranda, Guiñazu, Dakson (Maxi Rodriguez), Douglas e Montoya; Kléber.

Juiz: Luiz Flávio Oliveira (SP).Local: Arena das Dunas.
Horário: 19h30m
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